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Publicado : quarta-feira, 30 de abril de 2014
11:24
Por Unknown

Dívidas altas, inadimplência, demissões...Brasil pode ter "bolha automobilística"

Detroit, a cidade símbolo da indústria automotiva, pediu falência no ano passado. O maior município insolvente da história americana ficou devendo cerca de US$ 20 bilhões ao entrar com pedido de falência. Alguns anos antes,
Chrysler e General Motors fizeram o mesmo procedimento. O governo americano chegou a
comprar participação nas empresas, que deram um cavalo de pau para se modernizar o voltar a ter saldo positivo na última linha de seu balanço anual. Tiveram de fabricar produtos mais modernos e menos poluentes, mas isso não livrou Detroit da bancarrota.

Pois no Brasil o governo federal age como sócio das fabricantes de carros há um bom tempo sem exigir avanço algum dos veículos. Basta a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) chorar feito uma criança mimada para o Planalto agir como uma mãe coruja. Conseguiram atrasar por anos as resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente que exigiam motores capazes de rodar com combustível mais limpo, por exemplo.

A Anfavea voltou a ter problemas. O mercado interno está saturado - um passeio por São Paulo às 18h ilustra bem a situação - e as exportações estão paradas na louca aduana Argentina. A entidade que representa as montadoras abriu o berreiro.

Para não deixar seu setor dileto com problemas (o PT tem ligação umbilical com esse setor, é bom lembrar) a administração Dilma Rousseff estuda ampliar o prazo de financiamento para até cinco anos, redução de exigências para empréstimos bancários e incentivos para baixar o valor mínimo das entrada.

Longe de mim querer rogar praga, mas ninguém do BC ou do Ministério da Fazenda vai falar em bolha? O Ministério das Cidades não vai reclamar que a mobilidade urbana está com graves problemas até nos pequenos municípios? O Meio Ambiente não se queixará da poluição que será provocada com mais esse incentivo? Com ar mais sujo, significa mais doenças respiratórias, logo o Ministério da Saúde poderia também se posicionar contra essa medida. Mas não. Nada é dito em contra dos interesses das montadoras.

Se bobear, o setor automotivo conseguirá até mudar as leis trabalhistas. Elas querem que os empregados afastados tenham a conta dos salários dividida com governo, empresas e trabalhadores. Com o governo desesperado pelo PIB raquítico projetado para este ano, não me surpreenderia se um estado de exceção à CLT fosse erguido para as companhias desse segmento.

Carros são interessantes para o governo por serem máquinas movidas à impostos. Cerca de 40% do preço na bomba da gasolina vem dos impostos. Isso sem contar nas multas, pedágios, autopeças, manutenção, seguro obrigatório e privado, custos burocráticos no Detran, IPVA, etc. O poder público ficou viciado nos automóveis.

É inaceitável essa dependência. Pelo bem das contas públicas, que não podem ficar reféns de um grupo pequeno de empresas, o governo precisa incentivar urgentemente segmentos diferentes, de preferência mais inteligentes e que possam dar ao País competitividade no mercado internacional. O exemplo de Detroit deveria servir de alerta.
http://www.eleconomistaamerica.com.br/

Unknown 11:24 ,

Unknown on 11:24 , . .

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