Publicado : segunda-feira, 28 de abril de 2014
20:43
Por Unknown
Greve suspende cirurgias eletivas no Hospital Ouro Verde em Campinas
Em meio à maior epidemia de dengue da história de Campinas (SP), com 14 mil casos confirmados, os funcionários da área de enfermagem, recepção e apoio do Hospital Municipal Ouro Verde entraram em greve na manhã desta segunda-feira (28). Eles reivindicam melhores condições de trabalho.
A cidade enfrenta uma crise na saúde, com superlotação e falta de funcionários nas unidades médicas que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Com a paralisação, a administração do hospital suspendeu as cirurgias e exames eletivos, aqueles que não são consideradas de urgência e emergência. Ao todo, a unidade conta com 1,3 mil funcionários.
Esquema de plantão
De acordo com a vice-presidente do Sinsaúde, Leide Mengatti, os funcionários trabalham nesta segunda em esquema de plantão. "Temos falta de funcionários em todos os segmentos, mas principalmente na enfermagem", conta. A categoria acusa a Prefeitura de um déficit de 200 trabalhadores na unidade que, no sábado (26), registrou uma espera de aproximadamente dez horas por atendimento.
Além da contratação de novos trabalhadores, a categoria pede segurança, adequação dos materiais básicos, regularização das horas-extras e fim do assédio moral. O presidente do Sindicato dos Médicos de Campinas, Casemiro dos Reis Junior, explica que apesar dos médicos não aderirem à paralisação, os serviços ficarão comprometidos. "Sem o pessoal da enfermagem é difícil trabalhar. A equipe médica tem que se adaptar à situação", explica.
A administração do hospital alegou, por meio da assessoria de imprensa, que faltam 174 funcionários, de todos os setores, na unidade. Segundo a previsão apresentada pela Prefeitura, os cargos abertos devem ser ocupados em 30 dias, sendo 64 preenchidos no dia 2 de maio e os outros 110 em até um mês.
Outra proposta apresentada pelo hospital é a separação dos dois prontos-socorros, infantil e adulto, que deve começar a ser feita a partir desta segunda. A administração do Ouro Verde disse ainda que pede o aumento do patrulhamento da Guarda Municipal na região.
Mediação
Uma audiência de mediação entre o Sinsaúde e administração do hospital foi agendada no Ministério Público do Trabalho (MPT), às 13h30, desta segunda. O encontro é para tentar um acordo que encerre a paraliasção.
Crise na saúde
No sábado, a espera por atendimento no Hospital Ouro Verde chegou a cerca de dez horas, devido ao número de pessoas que procuraram a unidade com sintomas de dengue e pela prioridade dada aos casos mais graves, segundo a Prefeitura.
Na sexta-feira (25), o Hospital e Maternidade Celso Pierro, da PUC-Campinas, emitiu nota pedindo para os pacientes procurassem outros hospitais devido à superlotação. Eram 47 pessoas internadas, sendo que a capacidade é para 20. Ainda na sexta, pacientes que procuraram o Pronto Atendimento São José foram dispensados, caso o diagnóstico deles não fosse considerado grave.
G1