Noticias
Publicado : quarta-feira, 23 de setembro de 2015
19:47
Por Unknown

Indústria encolhe produção e tem alta de inadimplência na região, diz Ciesp


José Nunes Filho (centro) atacou proposta da CPMF e criticou governo federal (Foto: Fernando Pacífico / G1 Campinas)

As indústrias na região de Campinas (SP) registraram em agosto encolhimento da produção e alta da inadimplência, segundo estatísticas divulgadas nesta quarta-feira (23) pelo Centro das Indústrias em São Paulo (Ciesp). O diretor regional da entidade, José Nunes Filho, lamentou saldo negativo de 1 mil empregos no período, terceiro pior resultado do ano, e se opôs à proposta do governo em retomar a Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF).

De acordo com levantamento da Facamp, feito com 500 empresas em 19 cidades, 37,5% delas reduziram a produção em agosto, 50% mantiveram o nível e 12,5% informaram ter elevado ritmo em meio à crise. Em julho, segundo a pesquisa, 34,6% das companhias relataram cortes, 46,2% revelaram não ter contabilizado alterações, enquanto que 19,2% declararam alta na produção.

"Em agosto de 2014, 18,8% dos entrevistados informaram ter aumentado a produção. O índice de agosto é o menor entre os meses analisados", falou o economista José Augusto Ruas.
Inadimplênciaagosto 2014julho 2015agosto 2015
Aumento31,3%42,3%62,5%
Igual68,8%53,8%37,5%
Redução- - - - -3,8%- - - - -
Fonte: Ciesp-Campinas
Outro indicador negativo refere-se à inadimplência. Segundo a pesquisa, 62,5% das empresas indicaram alta, enquanto 37,5% informaram não ter registrado alterações. Em julho, os índices contabilizados foram de 42,3% (alta) e 53,8% (manutenção). "Com certeza é a maior tendência de inadimplência desde 2006, embora ainda seja preciso considerar na sondagem o humor do empesariado. O vigor econômico virou estagnação", frisou Ruas.

Um dos fatores atrelados ao balanço negativo foi o aumento de depesas das companhias com matérias-primas. De acordo com levantamento apresentado pelo Ciesp, em Campinas, 62,5% alegaram ter elevado os gastos, enquanto 37,5% mantiveram a folha sem reajustes. Os índices, segundo o economista, indicam tendência das empresas responderem preponderantemente que os custos aumentam, ao lembrar os números de julho deste ano e agosto de 2014.

Sobre a lucratividade, informa o estudo da Facamp, 62,5% das empresas indicaram queda em agosto, houve estabilidade para 12,5% e alta para 25%. O saldo é positivo em relação aos números registrados em julho, quando houve redução para 66,7%, índice igual para 29,2% e aumento de lucros para 4,2%. "Os resultados foram levemente melhores", avalia o economista.

Terceiro pior resultado
As indústrias na região de Campinas registraram saldo negativo de 1 mil empregos em agosto, terceiro pior resultado deste ano. Desde janeiro, as instituições ligadas à entidade acumulam 2.950 vagas disponíveis a menos (diferença entre contratações e demissões), valor quase três vezes maior que o balanço negativo de 1 mil oportunidades nos oito primeiros meses de 2014.
Gastos/
matéria-prima
agosto
2014
julho
2015
agosto
2015
Aumento53,1%73,1%62,5%
Igual46,9%23,1%37,5%
Redução- - - - -3,8%- - - - -
Fonte: Ciesp-Campinas
Antes disso, os piores resultados foram registrados em maio (1,9 mil vagas a menos) e junho (saldo negativo de 1,8 mil oportunidades). Neste ano, foram registrados balanços positivos apenas no primeiro trimestre, com total de 3,2 mil - janeiro (1.850), fevereiro (700), e março (650).



Os setores que mais influenciaram na perda de vagas de trabalho em agosto, de acordo com o Ciesp, foram de produtos alimentícios (-0,75%), produtos têxteis (-5,66%), máquinas e equipamentos (-4,29%), além da área de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-0,81%).

Em relação ao acumulado desde janeiro, os piores índices são verificados para os setores de produtos têxteis (-13,08%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-11,43) e o de impressão e reprodução de gravações (-9,38%). Os menos afetados são produtos químicos (-0,38%), máquinas e equipamentos (-0,77%) e o de artefatos de couro, calçados e artigos (-1,44%).

'Exorquir a população'
O diretor regional do Ciesp, José Nunes Filho, não poupou críticas à proposta do governo federal em retomar a CPMF, dentro do conjunto de medidas fiscais de R$ 64,9 bilhões para tentar garantir a meta de superávit primário de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016. "É um pacote para extorquir a população. Não vamos aceitar novos impostos", criticou.

O novo tributo, caso o Congresso Nacional aprove a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) proposta pelo governo federal, deve incidir sobre todas as movimentações financeiras por via bancária feitas por pessoas físicas, como saques em dinheiro, transferências, pagamento de fatura de cartão de crédito e pagamento de contas via boleto.

Se o contribuinte der uma entrada em um imóvel no valor de R$ 100 mil, ele vai pagar R$ 200 do imposto em movimentação financeira – que corresponde à alíquota de 0,2%. Ao comprar um carro no valor de R$ 30 mil, o contribuinte vai desembolsar uma contribuição de R$ 60.

Via G1

Unknown 19:47 ,

Unknown on 19:47 , . .

0 comentários for "Indústria encolhe produção e tem alta de inadimplência na região, diz Ciesp"

Deixe um Comentário! Será um Prazer Ter a sua Interação Conosco!