Publicado : sexta-feira, 1 de agosto de 2014
20:46
Por Supermercado Oliveira
Premiê do Japão deixa US$700 milhões em créditos no Brasil
Brasília - O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, se reuniu nesta sexta-feira com a presidente Dilma Rousseff, no marco de uma visita em que deixou US$700 milhões em créditos japoneses para a agricultura e a indústria petrolífera brasileira.
Na presença de ambos os líderes, foi assinado um acordo para a concessão de um empréstimo de US$500 milhões do banco Mizuho a Petrobras, e outro crédito de US$200 milhões, com o qual um grupo de empresas japonesas financiará projetos agrícolas nas áreas da soja e do milho.
O empréstimo dado a Petrobras financiará a construção de oito cascos de navios-plataforma para o pré-sal para operar no litoral do Rio de Janeiro.
Durante a visita também foram assinados acordos bilaterais para fortalecer a cooperação na área da indústria naval, que o Brasil começou a recuperar nos últimos anos.
Em um pronunciamento junto com Dilma Rousseff, Abe declarou que ambos os acordos refletem a vontade do Japão de estabelecer uma cooperação maior com o Brasil em "todas as áreas", incluindo a financeira, e destacou o interesse das companhias japonesas em investir no país.
"O Brasil apresenta grandes oportunidades de investimento em petróleo, gás e energia em geral", declarou o primeiro-ministro do Japão, que garantiu que "todas as empresas japonesas olham para o Brasil".
Dilma declarou que as portas estão abertas para o investimento japonês, e destacou que a parceria no âmbito empresarial pode ajudar a aumentar o fluxo comercial bilateral, que em 2013 somou US$15 bilhões.
Nesse ponto, a presidente reiterou seu pedido de que o Japão ponha fim ao embargo, mantido desde 2012, sobre a carne bovina processada no Paraná, devido a um caso de encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como "mal da vaca louca", que acabou sendo considerado como "atípico".
Dilma ressaltou que o investimento japonês no Brasil já chega a US$32 bilhões, mas apontou que existem grandes oportunidades nas áreas de infraestruturas e ferrovias, nas quais o Japão ainda tem uma tímida presença no país.
A presidente explicou que, durante a reunião, também foram analisados diversos assuntos da agenda internacional e destacou, especialmente, o compromisso de Brasil e Japão com a reforma das Nações Unidas e do Conselho de Segurança desse organismo.
Brasil e Japão formam junto com Alemanha e Índia o chamado G4, que, segundo Dilma, "insiste e insistirá" na necessidade de que a ONU e o Conselho de Segurança "se ajustem à realidade mundial do século XXI".
Após o encontro a portas fechadas e a declaração conjunta, Dilma ofereceu um almoço ao primeiro-ministro japonês e sua comitiva, marcando o último ato da agenda oficial de Abe em Brasília.
Ainda hoje, o Abe viajará para São Paulo, cidade que abriga a maior comunidade japonesa no exterior, com cerca de 1,6 milhões pessoas.
Amanhã, ele se reunirá com representantes dessa comunidade, visitará um museu, um parque e participará de um seminário de negócios e em um evento sobre os Jogos Olímpicos de 2016 no Brasil e de 2020 no Japão.
Com sua visita a São Paulo, o primeiro-ministro do Japão termina sua viagem pela América Latina e o Caribe. Durante esta semana, ele passou por Chile, México, Colômbia, Peru e Trinidad e Tobago.
Via Exame