Publicado : quarta-feira, 23 de julho de 2014
18:39
Por Unknown
Atentados deixam mais de 40 mortos na Nigéria
Pelo menos 42 pessoas morreram nesta quarta-feira em dois atentados a bomba na cidade de Kaduna, no norte da Nigéria, que teriam como alvo um clérigo muçulmano que havia criticado o grupo armado radical Boko Haram e um líder opositor.
A primeira explosão, que deixou 25 mortos, ocorreu às 12h30 locais (08h30 de Brasília), quando o xeque Dahiru Bauchi cumprimentava de dentro de seu veículos os fiéis reunidos para celebrar o fim de uma cerimônia corânica no bairro de Kawo.
"Registramos uma explosão que, aparentemente, foi um atentado suicida contra o comboio do xeque Dahiru Bauchi", que saiu ileso, afirmou o chefe da polícia de Kaduna, Umar Shehu. "Por ora, confirmamos a morte de 25 pessoas", acrescentou.
Uma segunda explosão foi registrada perto de um mercado também em Kaduna, a poucos quilômetros de distância do primeiro atentado, e deixou 17 mortos, segundo a Agência Nacional de Emergências (NEMA).
De acordo com fontes oficiais, o alvo desse atentado era Muhammadu Buhari, que liderou a ditadura militar dos anos 1980 e que foi derrotado na eleição presidencial de 2011 pelo atual chefe de Estado, Goodluck Jonathan.
Buhari "era o alvo", mas saiu ileso ao ataque, indicou Ahmed Maiyaki, porta-voz do governador de Kaduna, Mujtar Ramalan Yeroel.
Cerca de 10.000 pessoas morreram desde o início da insurreição do Boko Haram, há cinco anos.
Toque de recolher
O governador de Kaduna decretou toque de recolher de 24 horas na capital após os ataques.
"A medida serve para evitar atos contra a lei e a ordem", indicou o porta-voz.
Kaduna, que era no passado a capital política do norte da Nigéria, foi alvo em 2012 de uma série de atentados suicidas contra igrejas cristãs. Os ataques desencadearam violentos confrontos interétnicos, com centenas de mortos.
O Boko Haram (que em hausa significa "A educação ocidental é um pecado") intensificou seus atentados nos últimos tr~es meses.
Em 14 de abril, o grupo extremista sequestrou 276 estudantes da cidade de Chibok (estado de Borno, nordeste), com a intenção de vendê-las como escravas ou casá-las contra a sua vontade, como havia anunciado o líder do grupo. Logos depois do sequestro, 57 jovens conseguiram escapar, mas 219 permanecem em cativeiro.
Em 5 de maio, um ataque contra a localidade de Gamboru Ngala, também no estado de Borno - perto da fronteira com Camarões -, deixou pelo menos 300 mortos, de acordo com fontes locais.
Em 3 de junho, grupos carregando armamento pesado e usando uniformes militares destruíram quatro aldeias no estado de Borno, matando de 400 a 500 pessoas, segundo líderes locais.
Os islamitas já atacaram também a capital federal, Abuja, e Lagos, a capital econômica do país.
Via EM