Publicado : sábado, 31 de outubro de 2015
13:26
Por Unknown
Não há sobreviventes em queda de avião russo, diz Egito
Destroços da aeronave foram localizados numa área montanhosa na região de Hassana, ao sul da cidade de Arish, norte do Sinai.
O capitão da aeronave solicitou um pouso de emergência em Arish, mas o avião não conseguiu chegar e caiu a 50 km da pista, informou a repórter da BBC no Cairo Ranyah Sabry.
A caixa preta da aeronave e mais de 150 corpos já foram localizados em um raio de 5 km do local da queda, de acordo com a repórter e autoridades egípcias de segurança citadas pela agência de notícias Reuters.
A maioria dos passageiros do voo da companhia aérea russa Kogalymavia, do oeste da Sibéria, também conhecida como Metrojet, era de nacionalidade russa - apenas três pessoas eram ucranianas. A aeronave levava 217 passageiros - 17 deles crianças - e sete tripulantes.
A agência estatal de notícias russa RIA Novosti informou que a tripulação do avião acidentado havia relatado problemas de motor durante a semana - a agência atribuiu a informação a uma fonte no aeroporto de Sharm el-Sheikh.
Empresa e fabricante
A empresa aérea afirmou que o piloto do avião, Valery Nemov, tinha mais de 12 mil horas de voo. "Nossa aeronave estava em perfeitas condições, a tripulação era experiente, nosso piloto tinha grande experiência, então não sabemos (o que causou a queda)", afirmou Oxana Golovina, porta-voz da companhia, segundo relato da agência russa de notícias Interfax.
A companhia aérea, que passou a ser alvo de investigação do governo russo, disponibilizou voos gratuitos ao Egito para parentes das vítimas.
Em nota, a Airbus, fabricante do avião, lamentou o acidente e informou que a aeronave foi produzida em 1997 e era operada pela Metrojet desde 2012.
A fabricante afirmou ainda que a aeronave acumulara 56 mil horas de voo em quase 21 mil viagens, e que seus técnicos estão à disposição das equipes de investigação.
Suspeitas
A correspondente da BBC no Cairo Orla Guerin disse que haverá especulações sobre possível envolvimento de radicais islâmicos no acidente, já que a região do Sinai conta com uma rede ativa de militantes aliados ao grupo extremista autodenominado Estado Islâmico.
Guerin afirmou, no entanto, ter ouvido de uma fonte que a aeronave voava a uma altitude em que não poderia ser atingida por algo do solo.
No entanto, o grupo autodenominado Estado Islâmico reivindicou a autoria de ataque que teria derrubado o avião, segundo comunicado publicado no aplicativo de mensagens instantâneas Telegram.
O local da queda fica em uma região em que o governo egípcio combate um grupo insurgente liderado por um braço local do Estado Islâmico. O grupo extremista, porém, não informou como o avião teria sido abatido - especialistas em segurança dizem que a aeronave voava em altitude inalcançável por armamentos usados por radicais islâmicos na região.
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O órgão de aviação russo Rosaviatsiya afirmou, em nota oficial, que o voo 9268 deixou Sharm el-Sheikh às 6h51 pelo horário de Moscou (1h51 pelo horário de Brasília) e tinha pouso programado no aeroporto Pulkovo, de São Petesburgo, às 12h10 (7h10 pelo horário de Brasília).
Perda de altitude
O órgão disse ainda que o avião deixou de fazer contato com o controle aéreo do Chipre 23 minutos após a decolagem e desapareceu do radar em seguida. O avião voava a uma altitude de 9.400 metros quando perdeu contato com o solo.
O serviço de rastreamento de voos em tempo real Flight Radar 24 informou à BBC que a aeronave perdeu altitude de forma muito rápida - cerca de 1.500 metros por minuto antes de sumir dos radares.
Um centro para atender familiares dos passageiros foi montado no aeroporto de Pulkovo, segundo a agência de notícia russa Tass. O presidente russo, Vladimir Putin, decretou luto nacional neste domingo.
Simon Calder, editor de turismo do jornal britânico The Independent, disse à BBC que companhias aéreas russas possuem um histórico de segurança "relativamente ruim" na comparação com companhias da Europa Ocidental. O especialista disse ainda que a aeronave em questão possui 18 anos de uso e um "histórico de segurança muito bom".
Via BBC