Publicado : quarta-feira, 25 de março de 2015
21:20
Por Unknown
Crédito bancário deve desacelerar pelo 5º ano seguido em 2015, diz BC
Em um cenário de alta dos juros para conter as pressões inflacionárias, e do aumento da tributação sobre os empréstimos, anunciada no início deste ano pelo governo federal para ajudar nas contas públicas, o crédito bancário deve sofrer nova desaceleração em 2015, segundo estimativa divulgada pelo Banco Central nesta quarta-feira (25).A nova previsão do Banco Central, divulgada pelo chefe do Departamento Econômico da instituição, Tulio Maciel, é de que o crédito ofertado pelas instituições financeiras cresça 11% neste ano, contra a expectativa anterior (+12%) divulgada em dezembro do ano passado.
Em 2014, avançou 11,4%. Em 2009, subiu 15%, acelerando para 20,6% de alta em 2010. Em 2011, 2012 e 2013, porém, houve desaceleração, com as seguintes elevações: 18,8%, 16,4% e 14,6%. Deste modo, se confirmado, 2015 será o quinto ano seguido no qual o crédito crescerá menos do que no ano anterior.
Comportamento em 2015
Segundo a autoridade monetária, o volume total do crédito das instituições financeiras registrou aumento de 0,5% em fevereiro deste ano, para R$ 3,02 trilhões, após registrar, em janeiro, uma queda de 0,2%. Na parcial do primeiro bimestre, o crescimento do estoque de crédito bancário foi de 0,3% e, em doze meses até feveireiro, de 11%. No fim de fevereiro, o volume de crédito dos bancos atingiu 58,6% do Produto Interno Bruto (PIB), mesmo patamar de janeiro.
De acordo com o BC, as operações com recursos livres (sem contar habitacional, rural e do BNDES) alcançaram volume de R$ 1,56 trilhão em fevereiro, aumentos de 0,1% no mês e 5,2% em doze meses.
"A evolução mensal foi determinada pelo crédito às empresas, que registrou saldo de R$ 783 bilhões, aumento de 0,6%, destacando-se as modalidades de conta garantida, repasses externos e financiamento a exportações - essas duas últimas, influenciadas pela depreciação cambial do período. Na carteira de pessoas físicas, ocorreu retração de 0,3%, ao totalizar R$ 784 bilhões, determinada, principalmente, pela diminuição das operações de cartão à vista", informou a autoridade monetária.
O crédito direcionado, de acordo com a instituição, alcançou saldo de R$ 1,45 trilhão em fevereiro, após crescimentos de 0,8% no mês e de 18,1% em doze meses.
"Os financiamentos a pessoas físicas totalizaram R$ 644 bilhões, com expansão mensal de 1%, determinada pela evolução da carteira de crédito imobiliário. As operações destinadas às empresas somaram R$ 815 bilhões, crescimento de 0,6%, refletindo, principalmente, a variação no saldo dos financiamentos para investimentos com recursos do BNDES, influenciada parcialmente pela depreciação cambial verificada no período", informou o BC.
Crédito livre X direcionado
De acordo com informações da autoridade monetária, o crédito com recursos livres, ou seja, retirando as operações imobiliárias, do BNDES e rural, que teve alta de somente 4,7% em todo ano passado, deve avançar 6% neste ano. A previsão anterior, feita em dezembro do ano passado, era de uma alta maior (7%).
No caso do crédito direcionado (BNDES, rural e imobiliário), a previsão do Banco Central é de um crescimento de 16% neste ano - mesma expectativa de dezembro. Em 2014, o crédito direcionado avançou 19,6%.
Bancos públicos X privados
As previsões do Banco Central são de que o crédito bancário continuará sendo puxado, neste ano, pelos bancos públicos, com previsão de 14% de alta - após o aumento registrado de 16,5% no ano passado.
A estimativa da autoridade monetária para a expansão do crédito pelos bancos privados nacionais, para este ano, recuou de 9%, em dezembro, para 7% de alta. Em 2014, o estoque de crédito dos bancos privados nacionais avançou 6,4%.
Via G1