Publicado : quarta-feira, 25 de junho de 2014
19:38
Por Unknown
Banco Central vê desaceleração maior do crédito bancário em 2014
Em um ambiente de aumento das taxas de juros bancárias e também da inadimplência, o Banco Central reduziu de 13% para 12% sua previsão de aumento do crédito ofertado pelos bancos em 2014, informou nesta quarta-feira (25) o chefe do Departamento Econômico da autoridade monetária, Tulio Maciel.A desaceleração do crédito tem sido criticada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, nos últimos meses. Recentemente, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o ministro voltou a declarar que há escassez de crédito para o consumo no Brasil.
Para Maciel, do BC, porém, o aumento do crédito bancário ainda segue sendo um "fator relevante" para o crescimento da economia brasileira, pois avança em um ritmo superior à alta do Produto Interno Bruto (PIB).
"A desaceleração do crédito é uma tendência de longo prazo. A gente bem observando ano a ano de 2010 para cá. O que se espera quando há uma elevação da alta dos juros [por parte do BC] é uma moderação do crédito", declarou o chefe do Departamento Econômico do BC. A autoridade monetária subiu os juros básicos da economia em 3,75 pontos percentuais, entre abril do ano passado e maio de 2014, de 7,25% para 11% ao ano.
Crédito livre e direcionado
De acordo com a autoridade monetária, a previsão de aumento do crédito livre neste ano, ou seja, excluindo as concessões do BNDES, do crédito rural e imobiliário, passou de 10% para 7%. Se confirmado, será o menor aumento dos últimos sete anos. Em 2008, avançou 32,7%, passando para uma alta de 8,4% no ano seguinte (marcado pela crise financeira internacional). Em 2010, 2011, 2012, cresceu 16,9%, 16,5%, 13,6%. No ano passado, cresceu somente 7,8%.
Para o chamado crédito direcionado (BNDES, rural e habitacional), porém, a estimativa do BC subiu. Até o momento, a instituição previa um crescimento de 17% para 2014 e elevou essa previsão para uma alta de 19%. "O BNDES mostra até o momento uma arrefecimento mais nítido, mas o crédito imobiliário, com 30% de alta em doze meses, ainda continua expressivo", declarou ele. O crédito direcionado cresceu 24,5% em 2013.
Públicos e privados
No caso dos bancos privados nacionais, o BC prevê forte desaceleração neste ano. A expectativa da autoridade monetária é de uma expansão de apenas 6% neste ano - a menor taxa em sete anos. Antes, o BC vinha estimando uma alta de 10% para este ano. Em 2008, o aumento foi de 27,1%, passando para 7,8% em 2009, para 22,6% em 2010, para 12,9% em 2011 e para 6,8% em 2012. No ano passado, avançou 6,6%.
Para os bancos públicos, a previsão da autoridade monetária se manteve em uma alta de 17% para 2014. Isso também representa desaceleração e o menor patamar em sete anos. Em 2008, o crédito dos bancos públicos subiu 39,5%, passando para uma expansão de 32,1% em 2009, de 21,5% em 2010, de 24,3% em 2011 e de 27,9% em 2012. No último ano, a alta de crédito dos bancos públicos foi de 22,6%.
Via G1