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Publicado : quinta-feira, 1 de maio de 2014
14:16
Por Unknown

Protestos e fervor patriótico marcam o Dia do Trabalho no mundo

Milhares de pessoas saíram às ruas de todo o mundo nesta quinta-feira, Dia do Trabalho, em um contexto tenso em locais como Istambul, onde a polícia dispersou manifestantes com gás lacrimogêneo, e com demonstrações de patriotismo em Moscou.

A polícia turca utilizou canhões de água e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar centenas de pessoas que tentaram desafiar a proibição de se manifestar na praça Taksin. No ano passado, esse local foi palco de grandes protestos que colocaram o governo em xeque.

Nas imediações da praça foram mobilizados até 40 mil agentes da polícia, que isolaram todas as avenidas e ruas próximas para impedir o acesso. Os confrontos entre ativistas e forças de ordem duraram parte do dia, deixando 90 feridos, segundo o governador de Istambul, que também anunciou 143 detenções.

Incidentes também eclodiram em Ancara, onde centenas de manifestantes foram dispersados.

As celebrações de 1º de Maio também foram tumultuadas no Camboja, onde os sindicatos receberam o apoio de trabalhadores do setor têxtil em greve em duas zonas econômicas especiais perto da fronteira com o Vietnã.

A maioria dos trabalhadores deste setor vital para a economia cambojana, que dá emprego a 650 mil pessoas, ganha menos de US$ 100 mensais.

Armada com cassetetes, a polícia dispersou os manifestantes reunidos ao redor do Parque da Liberdade, em Phnom Penh, que havia sido fechado para impedir o acesso aos opositores do premiê Hun Sen, no poder há 30 anos. Várias pessoas foram agredidas, constatou a AFP.

Protestos também ocorreram na Malásia e em Taiwan.

No Qatar, país onde o Dia do Trabalho não é comemorado, o governo se declarou, nesta quinta-feira, "moralmente comprometido" com a proteção dos direitos dos trabalhadores em resposta às críticas sobre as condições dos imigrantes contratados para as obras de infraestrutura da Copa do Mundo de futebol 2022.

'Putin tem razão'

Na Rússia, em plena efervescência nacionalista alimentada pela crise na Ucrânia, cerca de 100 mil pessoas protestaram na Praça Vermelha de Moscou, perto do Kremlin, em ocasião do Dia do Trabalho, recuperando uma tradição soviética desaparecida há 23 anos.

"Putin tem razão" e "Estou orgulhoso do meu país", eram algumas das frases nos cartazes exibidos pelos manifestantes, em meio a um mar de bandeiras russas.

Outros cartazes traziam frases comemorando a incorporação da Crimeia à Rússia, em um processo que não é reconhecido pela Ucrânia e pela comunidade internacional.

"Um vento de liberdade sopra sobre a Crimeia", exclamou um homem com uniforme militar.

Em Simferopol, capital da Crimeia, mais de 60 mil pessoas desfilaram nas ruas com bandeiras e imagens do presidente russo, Vladimir Putin.

Segundo o líder da Federação dos Sindicatos da Rússia, Mikhail Chmakov, mais de dois milhões de pessoas participaram dos desfiles organizados por todo o país.

Já em Kiev a mobilização teve pouca adesão, com uma estimativa de duas mil a três mil pessoas reunidas em atos pela unidade da Ucrânia.

Europeus reclamam da austeridade

Na Europa, muitas manifestações marcam tradicionalmente este 1º de Maio, "Dia Internacional dos Trabalhadores", nascido durante o movimento para a redução da jornada de trabalho no fim do século XIX nos Estados Unidos.

Na França, os sindicatos promoveram uma passeata em Paris contra o plano de cortes de EUR 50 bilhões anunciado pelo primeiro-ministro, Manuel Valls. Os protestos reuniram quase 100 mil pessoas, segundo as autoridades, e pelo menos o dobro, na avaliação dos organizadores.

Na Espanha, que começa a sair timidamente do marasmo econômico e segue minada por um desemprego recorde, milhares de pessoas também foram às ruas em Madri e em mais de 70 cidades sob o slogan "Sem emprego de qualidade não há recuperação". Pela primeira vez, os dirigentes dos dois grandes sindicatos espanhóis - CCOO e UGT - caminharam juntos, em Bilbao (norte).

Na Grécia, cerca de 20 mil pessoas foram às ruas em Atenas e Salônica (norte) contra a austeridade e por uma Europa "social".

Na Itália, onde o presidente do Conselho, Matteo Renzi, prometeu devolver a confiança aos cidadãos, confrontos ocorreram entre policiais e manifestantes em Turim (noroeste). Manifestações também foram registradas em Portugal e na Suíça, onde as reivindicações se concentraram no salário mínimo.

Manifestações também na África e na AL

No Marrocos, milhares de pessoas tomaram as ruas, em especial em Rabat e Casablanca, mantendo a pressão sobre o chefe de governo, o islâmico Abdelilah Benkirane. Na véspera, ele havia anunciado um aumento no salário mínimo.

Na África do Sul, o presidente Jacob Zuma convocou os trabalhadores a votarem no Congresso Nacional Africano (CNA, da situação) nas eleições legislativas de 7 de maio próximo. O pedido foi feito durante um encontro organizado pela central sindical COSATU, em Polokwane (norte).

"Os trabalhadores deste país devem saber que seu futuro está no CNA", afirmou Zuma, que disputa uma segundo mandato, diante de uma plateia de cerca de 15 mil pessoas.

Em Cuba, o presidente Raúl Castro liderou os atos da data, que tiveram também manifestações de apoio ao governo venezuelano de Nicolás Maduro.

Vestido com uma tradicional "guayabera" branca, da tribuna da Praça da Revolução, em Havana, Castro saudou os trabalhadores. Segundo estimativa oficial, 600 mil acompanharam as festividades.

"Deixamos claro neste ato nosso pleno apoio à revolução bolivariana, chavista e a seu presidente constitucional, Nicolás Maduro, diante das ações desestabilizadoras da direita reacionária", afirmou o secretário-geral da Central de Trabalhadores de Cuba (CTC, única), Ulises Guilarte, em breve discurso.


Desde a madrugada, mais de três mil ônibus custeados pelo governo levavam os participantes do desfile, transportando-os de diferentes pontos da capital até as proximidades da Praça da Revolução.

Já na Venezuela milhares de simpatizantes chavistas marchavam por Caracas para agradecer ao presidente Maduro pelo aumento do salário mínimo concedido na última terça-feira, enquanto a oposição se concentrou em outro setor da capital para protestar contra a crise econômica.

No Chile, milhares também celebraram a data em Santiago, onde episódios violentos foram registrados de forma isolada.


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